Você já ouviu falar em Net Zero? Caso a resposta seja “não”, certamente estará diante deste termo muito em breve, pois tem relação intrínseca com um tema que diz respeito à população mundial: a emergência climática.
Afinal de contas, de acordo com dados do último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas), a temperatura média global poderá aumentar 0,4ºC até 2030, 2,4ºC até 2050 e 4,4ºC até 2100 caso as emissões de gases do efeito estufa mantenham os padrões atuais.
Apesar de, aparentemente, estes aumentos parecerem pequenos, a verdade é que são suficientes para acrescentar mais de 1,5 ºC na temperatura média global nas próximas décadas, o que, segundo os cientistas do IPCC, significa uma séria ameaça à sobrevivência humana e das demais espécies no planeta Terra.
Entre as principais consequências deste problema, destacamos:
- Insegurança alimentar;
- Escassez de água e energia elétrica;
- Migrações forçadas de refugiados climáticos;
- Extinção de espécies da fauna e da flora;
- Acidificação dos oceanos;
- Aumento da pobreza extrema.
Net Zero: o que significa?
Daí vem a importância do conceito de Net Zero. Em linhas gerais, Net Zero significa zerar as emissões líquidas (diretas e indiretas) de gases do efeito estufa – sobretudo o dióxido de carbono (CO2), que é o mais abundante na atmosfera. Além disso, prevê a compensação de todo o lançamento dessas substâncias poluentes no ar.
O que quer dizer Net Zero?
A expressão completa em inglês é Net Zero Carbon Emissions, que significa, em uma tradução livre, Zero Emissões Líquidas de Carbono (Net Zero).
Onde e quando surgiu a expressão Net Zero?
Embora tenha se estabelecido, mundialmente, durante a 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-21), cúpula da ONU realizada em 2015 que ficou famosa pelo Acordo de Paris, a expressão Net Zero teve origem dois anos antes, em uma reunião na Escócia que contou com a presença de 30 ativistas ambientais femininas.
Posteriormente, a chamada “Agenda Net Zero” ganhou forma nas reuniões do grupo das sete maiores potências do mundo (G7), lideradas pela então chanceler alemã Angela Merkel e, mais adiante, retornou com força à Escócia durante a COP-26, promovida em Glasgow, em 2021.
Como atingir o Net Zero
Governos, empresas e mesmo cidadãos são capazes de contribuir para um cenário de Net Zero. De que forma? Reduzindo ou eliminando as atividades que produzem os gases de efeito estufa.
Por exemplo, os governos podem criar políticas públicas que estimulem a sustentabilidade nas construções, oferecendo descontos em tributos, algo como um IPTU Verde, já adotado por algumas cidades brasileiras.
As empresas têm a possibilidade de se comprometer com metas de ESG (Ambientais, Sociais e de Governança), reduzindo, gradativamente, as emissões de gases do efeito estufa de suas atividades, algo possível com iniciativas como a adoção de energias renováveis em substituição aos combustíveis fósseis.
Você sabia?
Em um universo de 4 mil empresas dos 25 países que mais emitem CO2, 19% delas já aderiu a metas Net Zero. Juntas, representam 61% das emissões globais de CO2. Os dados constam de um estudo recente da Universidade de Oxford.
Além de zerar as emissões líquidas dos gases de efeito estufa, existem outras formas de se atingir o Net Zero. Uma das mais conhecidas é o plantio de árvores, uma forma de compensação do CO2 emitido. A iniciativa é capaz de promover o chamado ‘sequestro’ de carbono, uma vez que há a captura de um volume quantificável deste gás do efeito estufa, que deixa de ser lançado na atmosfera.
Compromissos já estabelecidos de Net Zero
Conheça alguns dos principais compromissos de Net Zero já firmados em nível mundial:
– A União Europeia e os Estados Unidos se comprometeram em ser Net Zero até 2050;
– A China se comprometeu em ser Net Zero até 2060;
– Países como o Butão (Ásia) e o Suriname (América do Sul) já conseguiram superar o Net Zero e são, atualmente, negativos em emissão de carbono.
Diferenças entre Neutralidade de Carbono e Net Zero
Muita gente costuma confundir, erroneamente, Neutralidade de Carbono e Net Zero. Há uma diferença significativa entre as duas práticas. Neutralizar carbono significa reduzir e compensar as emissões de gases do efeito estufa.
Por sua vez, Net Zero inclui compensar as emissões indiretas dos gases de efeito estufa, ou seja, aquelas que também são geradas por toda a cadeia produtiva relacionada às atividades do emissor (fornecedores, terceirizados e consumidores).
Tecnicamente, a definição do GHG Protocol, que é a metodologia desenvolvida pelo World Business Council for Sustainable Development e o WRI para tornar a contabilidade de emissões e remoções de gases estufa padronizada, diz o seguinte:
Neutralidade de Carbono
Compensar emissões pelas quais for diretamente responsável (escopo 1) e emissões relacionadas à compra de energia (escopo 2).
Net Zero
Neutralizar também o escopo 3, que tem relação com bens e serviços adquiridos, distribuidores e itens e serviços vendidos ou prestados.
O Net Zero é uma tendência viável?
Embora o tema seja abrangente e complexo, inúmeras tendências em nível global apontam que o Net Zero tem viabilidade, contudo, os especialistas advertem que há a necessidade de se estabelecer protocolos universais e métricas padronizadas, capazes de produzir relatórios uniformes e confiáveis.
As Nações Unidas também consideram, nesse sentido, a importância dos mercados de carbono, que “têm o potencial de reduzir custos e, assim, incentivar compromissos de redução mais ambiciosos”.
Outro ponto muito importante em prol de um planeta Net Zero diz respeito à transição energética, de modo que as energias renováveis (eólica, solar, hidrogênio verde, entre outras) passem a representar de 70% a 85% da eletricidade mundial até 2050.
Tornar os combustíveis do setor de transporte mais sustentáveis também será crucial para atingir este objetivo.
Estratégia epharma de sustentabilidade e ESG
Sabia que o ESG faz parte da estratégia de sustentabilidade em longo prazo da epharma? Com base nesse propósito, todos os projetos da empresa são revisados de acordo com os princípios de ESG.
Entre as metas que a epharma se comprometeu até 2025, destacamos:
- 40% de mulheres na direção;
- 200 mil kWh de energia renovável sob contratos;
- R$ 500 mil em investimentos para ações sociais;
- 1.000 jovens orientados e treinados para o emprego do futuro;
- 200 mil vidas beneficiadas com ações sociais;
- 35% de diversidade e inclusão entre os colaboradores;
- 15% de voluntários epharmers;
- 100% de equidade salarial para mulheres, negros e comunidade LGBTQIA+;
- Alcançar a certificação 14.001;
- Atrelar a remuneração dos executivos à métricas ESG.
Saiba mais em nossa plataforma viva ESG.
Referências:
https://netzero.projetodraft.com/glossario-o-que-e-net-zero-compromisso-zerar-emissoes/
https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/20802/1/PR_Gas%20natural_215277_P_BD.pdf
https://vivaesg.epharma.com.br